Em alguns Centros de Saúde, utentes considerados não prioritários no Plano de Vacinação, que teve início a 26 de Outubro deste ano, estão a ser chamados para receber a vacina contra o vírus H1N1. Esta situação ocorre numa tentativa de desperdiçar o menor número possível de doses, uma vez que um frasco contém 10 doses e, uma vez aberto, deve ser utilizado num prazo máximo de 48 horas. Ora, as doses previamente estipuladas para os grupos de risco que incluiam os profissionais de Saúde, os doentes crónicos e as grávidas, estão a sobrar nos Centros de Saúde, já que um elevado número destas pessoas falta à vacinação agendada, obrigando a um esforço no sentido de não deitar o medicamento ao lixo.
Enquanto as pessoas incluidas nos grupos prioritários recusam a vacina, pelo receio de possíveis efeitos secundários de um medicamento ainda com poucos dados nesse campo, outras, consideradas não prioritárias, desejariam sê-lo mas vêem-se obrigadas a esperar. A Ministra da Saúde, Ana Jorge, disse acerca deste assunto que "o respeito que cada um tem por si e pelos outros também se pode verificar aqui", apelando ao não desperdício de nenhuma dose por "receios infundados".
A título de exemplo, das 60 mil grávidas no 2º e 3º trimestres de gravidez, apenas 5 mil foram vacinadas. Estes números são espelho de um receio relativamente à vacinação durante este período, que supera a noção de risco que uma infecção pelo vírus H1N1 pode ter para a mãe e para o feto, situação que já foi aqui exposta num artigo anterior.
Esta fraca adesão fará, por isso, com que a vacinação do Grupo B seja antecipada, a par dos contactos que irão sendo feitos com utentes não prioritários, pelos respectivos Centros de Saúde, para colmatar as faltas.
Imagem: European Press Photo Agency.