quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Morte de um terceiro feto após vacinação materna


Ocorreu hoje a terceira morte de um feto poucos dias após a vacinação da mãe. Depois de no sábado passado uma grávida de 34 semanas ter perdido o feto, com a coincidência de ter recebido a vacina para o vírus da Gripe A H1N1 três dias antes e de o mesmo ter ocorrido no Hospital CUF Descobertas, dois dias depois, a uma outra grávida também de 34 semanas, vacinada há cinco dias, registou-se, desta vez em Leiria, uma terceira perda. A mãe, de 27 anos, terá sido vacinada a 2 de Novembro e do feto, com apenas 20 semanas de gestação, registou-se a ausência de batimentos cardíacos esta tarde, após recorrência ao Hospital de Santo André.

Segundo a mãe, a sua gravidez era acompanhada por um especialista e decorria com normalidade. Aguarda-se a realização das autópsias dos dois últimos fetos, tendo a autópsia do primeiro caso se revelado inconclusiva.

Tanto o Ministério como a DGS garantem que a vacina é segura na gravidez, sendo de vital importância que todas as grávidas aceitem ser vacinadas, já que, garantem, as potenciais complicações da Gripe A na gravidez têm uma importância muito superior aos possíveis efeitos secundários menores da vacina. Há ainda que evitar a disseminação do vírus, motivo pelo qual a vacinação não deve parar.

Francisco George, o Director-Geral de Saúde, evita falar sobre a perda destes fetos em concreto, já que ainda não possui dados conclusivos sobre as autópsias, apontando porém para um relatório da DGS em que se dá conta da perda de cerca de 300 fetos por ano entre 2004 e 2008, perdas essas que obviamente não têm nada a ver com a vacinação. A realidade, que a até à data a maioria dos portugueses desconhecia, é que quase todos os dias morre um feto em Portugal, uma estatística que deve ser encarada com normalidade e tida em conta na situação em questão.

Todo este alarmismo vem, tal como acontece com os dados referentes aos óbtitos pela Gripe A já verificados, obrigar-nos a reflectir sobre a seguinte questão: até que ponto a actual situação é, em números, diferente da que todos os anos se verifica, mas sobre a qual não recebemos a mesma quantidade de informação?


Imagem retirada daqui.