quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Qual a origem do vírus H1N1: natural ou laboratorial?


Como já aqui foi referido, os primeiros casos de Gripe pelo vírus H1N1 surgiram no México. Um menino de 4 anos foi a primeira vítima, e terá sido no seu organismo que o vírus adquiriu a capacidade para se transmitir entre humanos. A criança vivia na proximidade de uma quinta de criação de porcos (a cerca de 10 km).

O jornal britânico The Independent e o The New England Journal of Medicine avançaram com um estudo onde especulavam sobre a possibilidade de a pandemia de gripe suína ter resultado de um acidente de laboratório. Uma linhagem de vírus diferente da actual havia causado uma pandemia em 1957 e, uma vez extinta, a gripe suína na variante humana desapareceu até 1976, quando um novo surto surgiu devido a, pensa-se, uma reintrodução acidental fruto da sua manipulação numa pesquisa. Assim, em 1977 uma nova pandemia surgiu na Rússia e na China, o que levou a que mundialmente os cientistas voltassem a estudar as amostras congeladas do vírus dos anos 50. Desde então, a gripe suína tem surgido todos os anos. Entretanto, alguns investigadores da Universidade de Pittsburgh pensam que o vírus da linhagem de 1950 possa ter vindo de algum dos laboratórios que possuiam essas amostras.


Adrian Gibbs, um investigador australiano de 75 anos, tem uma versão parecida, admitindo que o vírus possa ter surgido acidentalmente em laboratório, mas por recombinação do vírus exclusivamente suíno com o vírus da gripe sazonal humana. Sugere ainda que pode ter surgido na produção de alguma vacina, para a qual terão criados novos vírus, ou simplesmente ter sido transmitido de um porco para outro animal e só então para o Homem. Mesmo sem provas, adianta que tenciona publicar em relatório a sua hipótese, para que a comunidade científica possa tomar providências. Uma nota importante é que este senhor colaborou na investigação para a criação do conhecido antiviral Tamiflu® e baseou as suas suspeitas na análise genética do novo vírus, onde parece haver uma combinação entre genes de vírus humanos, suínos e aviários, de origem americana, europeia e asiática, o que sugere uma natureza "altamente sintética".

Fazendo uma breve pesquisa pela Web, não é difícil encontrar sites mais radicalistas, que avançam com teorias de conspiração contra a Humanidade com os mais diversos propósitos, como explicação para o surgimento deste vírus. Um exemplo é o Whataheal University. A verdade é que, fazendo uma análise histórica, as pandemias de gripe têm surgido ciclicamente, tendo a mais importante de todas ocorrido em 1918, a Gripe Espanhola, em plena I Guerra Mundial, altura em que terão morrido entre 20 e 100 milhões de pessoas. Suponho que nesta altura não seria ainda possível criar uma "arma biológica"...

Outros estranham o facto de a Roche®, a única farmacêutica que possui um antiviral eficaz contra o vírus da Gripe A, o Tamiflu®, ter fabricado justamente um medicamento capaz de dar resposta simultaneamente a um surto de Gripe Aviária (H5N1) e de Gripe Suína (H1N1). Os lucros que esta pandemia poderá trazer a esta farmacêutica são inimagináveis...

Curiosamente, este texto de Dezembro de 2008 dá conta de uma descoberta fabulosa: a recriação do virus Influenza (H1N1) que causou a Pandemia de 1918 e o seu cruzamento com o vírus moderno levou à descoberta dos 3 genes responsáveis pela sua elevada e mortífera carga viral. Os receios de que a descoberta levasse a uma nova pandemia surgiram imediatamente.

Não é nossa função encontrar a origem desta nova pandemia do século XXI, muito menos fazer a crítica dos possíveis responsáveis. Apenas pretendemos dar-lhe a mais completa informação sobre tudo o que concerne à Gripe A, para que possa previnir-se, protegendo-se a si e à sua família.


Fotos: estadao.com.br e flickr.com

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Como dizer: Gripe A ou Gripe Suína?


A nova pandemia de gripe de 2009 surgiu em meados do mês de Março no México, com a detecção de um novo subtipo do vírus Influenza, o H1N1 que continha em si genes dos vírus da gripe humana, aviária e suína, numa combinação nova e por consequência sem anticorpos correspondentes na população (ver artigo anterior). Devido à sua evolução a partir de um agente causador da variante de gripe em suínos, o primeiro nome atribuído à nova doença foi Gripe Suína, apesar de naquele momento ela ser já transmitida apenas entre humanos. Outros nomes surgiram paralelamente, como Gripe Mexicana ou Gripe Norte-americana, aludindo à origem dos primeiros casos.

Em Abril do mesmo ano (2009), a OMS passou a designá-la por Gripe A, por forma a desmistificar os receios relativos ao consumo de carne de porco e assim evitar prejuízos na indústria da suinicultura. Estes receios tornaram-se particularmente evidentes no Egipto, um país onde o Islamismo é a religião oficial e proíbe a ingestão de carne de porco, tendo o Governo ordenado o sacrifício de todo o rebanho suíno, estimado em cerca de 300 mil animais. Anunciada como uma medida preventiva, a atitude demonstrou ignorância e desvalorização das informações que asseguram que não há contágio através da ingestão desta carne (cozinhada), já que o vírus morre a uma temperatura de 70º C.

Apesar da alteração na designação, em alguns países o termo "Suína" continua a ser usado maioritariamente, como é o caso do Brasil. Porém, o termo "Gripe A" não é também totalmente claro, uma vez que a maioria das comuns gripes humanas sazonais que todos os anos afectam as populações são provocadas por subtipos do Influenzavirus A, por isso o termo-chave aqui é H1N1. A título de exemplo, o vírus da Gripe Aviária, que em 2003 atraíu as atenções devido à elevada mortalidade (60 óbitos em 117 casos), é também um Influenzavirus A, do subtipo H5N1.


Foto: jpcolasso.

O que é uma pandemia?


Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), três condições devem estar reunidas para que uma pandemia possa ocorrer:

       - uma nova doença surge à população (não há anticorpos protectores);

       - o agente (o organismo causador da doença) infecta seres humanos e origina uma doença séria;

       - o agente tem facilidade em disseminar-se sustentavelmente entre humanos.


Assim, apenas são consideradas as doenças infecciosas (que são transmitidas por um agente biológico, como bactérias, vírus ou parasitas), em detrimento de doenças que, apesar de afectarem mortalmente um elevado número de pessoas em todo o Mundo - como é o caso do Cancro - de uma forma geral não são transmitidas de pessoa para pessoa por contágio.


Devido à baixa frequência do fenómeno pandémico nos nossos tempos, para muitos de nós esta pandemia de gripe pode parecer-nos inédita. Porém, historicamente a população mundial já se debelou com cenários bem mais complicados à partida, numa altura em que o conhecimento acerca da origem, propagação e prevenção das pandemias era escasso. Disso são exemplos a Peste Negra (em 1300), as várias pandemias de cólera do século XIX e XX, a Gripe Espanhola de 1918 (H1N1) e a Gripe Asiática em 1957 (H2N2).


A dimensão, em termos de mortalidade, destes flagelos foi diminuindo à medida que se verificavam avanços importantes no campo da Saúde Pública e da Epidemiologia - ciência que estuda a distribuição dos determinantes da Saúde e de Doença, nas populações, no tempo e no espaço, bem como a eficácia das medidas tomadas para o controlo os problemas de Saúde.


Actualmente, a OMS tem definido um plano de preparação para a gripe mundial, baseado nas diferentes fases de uma pandemia, com recomendações e intervenções próprias para cada uma delas. Apenas a partir da fase 3 existe infecção humana com um subtipo novo de vírus, começando por ser intransmissível entre seres humanos. Nas fases 4 e 5 esta transmissão já ocorre, com um crescendo das zonas infectadas. Este é o período de Alerta de Pandemia.


A pandemia define-se quando é atingida a fase 6, a última, em que a contínua e crescente transmissão humana afecta vários países e continentes em simultâneo. Mais importante que o conceito, é o conjunto de medidas que nesta fase são implementadas em cada país, com vista à minimização do impacte da pandemia, e que são relativas:

       - à triagem e atendimento dos doentes;

       - ao uso de equipamentos de protecção individual;

       - ao isolamento dos doentes e dos contactos;

       - à administração de medicamentos antivirais e da vacina;

       - ao controlo das infecções nos doentes internados (nosocomiais).


Foto: Wikipédia.

Sobre o blog


Assunto do máximo interesse na actualidade mundial, a Gripe A tornou-se tema de debate em todos os órgãos de comunicação, em todas instituições e em todos os lares. Para uns é motivo de extrema preocupação, de fobia até. Para outros, o cenário é sobrevalorizado. Seja qual for a sua opinião, é impossível que tenha ficado indiferente à quantidade de informação diária sobre o assunto. Confuso? Nada mais natural.

Aqui poderá encontrar reunida a informação mais relevante sobre a Gripe A, para que possa previnir o contágio ou reconhecer os sintomas e agir correctamente no caso de estar infectado.

Previna-se, proteja-se, a si e à sua família. Informe-se.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

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